O Boxer que conhecemos hoje se desenvolveu no século XIX na Alemanha a partir do Bullenbeisser de Brabante, um tipo de cão usado inicialmente pelos caçadores. Estes cães foram originalmente criados para serem de guarda com tamanho médio, mas atualmente eles são encontrados nos lares como companheiros amorosos da família. Lealdade, carinho, inteligência, ética de trabalho e boa aparência: os Boxers são o pacote completo de cachorrinhos. Brilhante e alerta, às vezes ingênuo, mas sempre corajoso, o Boxer está entre as raças de cães mais populares há muito tempo. Sua paciência e natureza protetora lhes valeram a reputação de um grande cão com nossos filhos. O rosto do Boxer é inconfundível: enrugado e preocupado, a expressão desmentida pela mandíbula quadrada, a cabeça nobre e a caminhada descontraída.
Os problemas oftálmicos mais comumente encontrados nessa raça são: Prolapso da Glândula da 3ª pálpebra, Entrópio, Atrofia Progressiva de Retina e Úlcera de Córnea Indolente.

Prolapso da Glândula da 3ª pálpebra:

Conhecida também como olho de cereja com maior ocorrência em cães jovens, o prolapso ocorre devido a um processo de aumento de volume da glândula associado a pouca resistência da fixação de tecido conjuntivo ao redor da mesma. O sinal clínico mais evidente é uma bolinha vermelha, inchada, não dolorosa no canto do olho perto do focinho. O tratamento definitivo dos prolapsos da glândula da terceira pálpebra é o seu reposicionamento cirúrgico.

Entrópio:

É quando a margem palpebral é invertida e faz com que os pelos ficam em contato com a superfície ocular, causa desconforto e irritação nos olhos, lacrimejamento e até ulceras de córnea. Os primeiros sinais de entrópio são lacrimejamento, coceira nos olhos, olhos vermelhos e secreção. Se o entrópio persistir por um período prolongado de tempo, a córnea pode perder sua transparência e integridade levando a sequelas graves e em alguns casos a cegueira. O tratamento é cirúrgico com objetivo de restabelecer a anatomia da pálpebra para proteger a superfície ocular e manter a integridade do filme lacrimal.

Atrofia Progressiva de Retina:

Caracterizada pela perda progressiva da função retiniana pela degeneração dos fotorreceptores (cones e bastonetes). É de origem hereditária, ou seja, os pais possuem genes da doença e passam para seus filhos. Por causar perda da visão, é possível perceber algumas alterações no comportamento normal do pet. Quando a doença começa a evoluir, a primeira dificuldade é enxergar durante a noite ou em locais com pouca luminosidade.
 

Úlcera de córnea indolente:

As úlceras de córnea indolentes, também conhecidas como úlceras do Boxer, são erosões epiteliais recorrentes, comuns em cães de meia idade a idosos de todas as raças, com maior ocorrência em Boxer. Acredita-se que a patogênese envolva defeito na adesão entre camadas da córnea, promovendo a ruptura do epitélio e sua incapacidade de aderir ao estroma subjacente dificultando e prolongando a cicatrização.  Um trauma precipitante nem sempre é necessário, a maioria ocorre espontaneamente. A dor oftálmica é o principal sinal clínico observado. Piscar constante e espástico, lacrimejamento, incômodo com a luz e coçar o olho com a pata ou esfregando em superfícies da casa são sinais de dor que devemos ficar atentos. História de problema anterior semelhante, com evidência de cicatrização corneal leve, bem como cronicidade do problema atual são características da doença. Nos casos de úlcera indolente, é improvável que a córnea cicatrize sem intervenção cirúrgica. O desbridamento da córnea e sua proteção com lente de contato são os procedimentos mais indicados atualmente. O manejo clínico com colírios é também indicado. Em alguns casos as úlceras indolentes necessitam de mais de um procedimento cirúrgico para uma cicatrização adequada. Alguns trabalhos mostram uma recorrência das úlceras em 50% dos pacientes.
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