A pressão intraocular (PIO) dos pets assim como nos humanos, é aferida através da tonometria, exame esse que é feito através de aparelhos que mensuram a PIO em milímetros de mercúrio (mmHg), explica Dr. Vitor Rafael Pena Magri. Ela não tem relação direta com a pressão arterial sistêmica, ou seja, se o pet tiver uma doença sistêmica que eleve a pressão arterial não significa que ele vai ter uma PIO elevada.
Esse exame é importante para avaliar possíveis doenças que possam estar acometendo os olhos dos pets, dentre elas o glaucoma.
DEFINIÇÃO
Glaucoma é definido pelo comprometimento da retina e do nervo óptico (estruturas responsáveis pela visão), através de um aumento significativo da PIO. Esse aumento importante pode inclusive causar cegueira, e pode afetar um ou ambos os olhos.
TIPOS
O glaucoma pode ocorrer de forma congênita, primária ou secundária. Ele é congênito quando o cão já nasce com o problema; é primário quando não há uma causa aparente; e é secundário quando ocorre por consequência de outras doenças nos olhos. Pode aparecer em qualquer idade, sendo que a maioria aparece em cães de meia idade a idosos (4 a 9 anos).
SINAIS OFTÁLMICOS
O glaucoma causa muita dor e desconforto, e isso pode ser observado pelo comportamento do cão de esfregar os olhos contra o solo ou com as patas. Podendo apresentar apatia ou até agressividade. Com a progressão, estes sinais pioram e há um aumento do tamanho do olho (buftalmia).
RAÇAS PREDISPOSTAS
O glaucoma primário é de caráter hereditário (passa dos pais para os filhos), e afeta principalmente os cães das raças Akita, Pug, Basset Hound, Beagle, Bullmastiff, Chow Chow, Dálmata, Poodle, Schnauzer, Shar Pei, Shih Tzu, Huskies Siberianos e Cocker Spaniel. Já o glaucoma secundário pode afetar cães de quaisquer raças, e ocorre associado a outros problemas oculares.
DIAGNÓSTICO
A principal forma de diagnóstico como já dito, é feito através da tonometria. Os valores normais deverão estar entre 13 a 22 mmHg. Outros exames também importantes incluem a oftalmoscopia para observar o fundo do olho e ver as consequências do glaucoma e a gonioscopia para avaliar o ângulo de drenagem.
TRATAMENTO
O tratamento vai depender do tipo do glaucoma. O mais comum é aplicar colírios para controlar a pressão do olho, podendo às vezes, se tornar necessário o uso de anti-inflamatórios e analgésicos. Apesar de menos utilizadas, existem também algumas cirurgias que podem ajudar a reduzir a pressão do olho e melhorar o conforto dos pets.
PROGNÓSTICO
O glaucoma em cães pode ter cura quando se trata do glaucoma secundário. O glaucoma primário (hereditário) tem um prognóstico mais reservado. No glaucoma primário, menos de 10% dos cães ainda mantêm a visão ao fim de um ano. O glaucoma crônico requer tratamento contínuo e por vezes até cirurgia, uma vez que o tratamento médico pode não ser suficiente.
PREVENÇÃO
Quando se suspeita que o olho não afetado possa sofrer de glaucoma, deverá ser feito um tratamento preventivo. Este tratamento profilático consiste na aplicação de colírios específicos para controlar a pressão do olho e aferições constantes da PIO ressalta ainda Dr. Vitor Rafael Pena Magri.
Se há suspeita que o seu pet está com sinais de dor ocular, consulte o veterinário especializado o mais rápido possível, pois quanto mais cedo detectar o problema e iniciar o tratamento, melhor será o prognóstico.
GLAUCOMA EM GATOS
O glaucoma em gatos é principalmente secundário a outras patologias, resultando da uveíte (inflamação intraocular) ou luxação da lente ocular. Muito raramente se encontra o glaucoma primário como causas hereditárias em gatos. A inflamação crônica poderá ser mais discreta, apresentando poucos sinais de dor, aumento do tamanho do bulbo ocular, cegueira e dilatação da pupila. O tratamento é semelhante ao descrito para os cães.
2 respostas